BRA_1986_DHS_v01_M
Pesquisa Nacional Sobre Saode Materno-Infantil e Planejamento Familia 1986
Demographic and Health Surveys 1986
Name | Country code |
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Brazil | BRA |
Demographic and Health Survey (standard) - DHS I
The 1986 Pesquisa Nacional Sobre Saode Materno - Infantil e Planejamento Familiar PNSMIPF Brazilia is the first Demographic and Health Survey survey carried out in Brazil.
A Pesquisa Nacional sobre Saude Matemo-lnfantil e Planejamento Familiar á um estudo pioneiro, a nível nacional, que coletou informaçoes sobre o comportamento reprodutivo das mulheres em idade fértil, incluindo o planejamentn familiar. A pesquisa levantou também informações sobre os serviços de saúde materno-infantil, mortalidade, amamentação, nupcialidade, etc.
Esta Pesquisa foi relizada pela Sociedade, Civil Bem-Estar Familiar no Brao (BEMFAM), em conjunto com o Instituto para o Desenvolvimento de Reclusos (IRD), como parte do Programa de Pesquisas Demográflcas e da Saúde (DHS), e contou com o apoio técnico do Centro de Controle de Doenças (CDC), de Atlanta, EUA. A Pesquisa Nacional veio dar continuidade aos estudos anteriormente realizados pela BEMFAM em nove Estados (Pianí, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Parefba, Bahla, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Amazonas). O objetivo dessas Pesquisas é o de criar ume referência mais precisa, no processo de conhecimento da realidade nacional, nas áreas de satíde materno-infantil, reprodução humana e planejamento familiar. O presente estudo, realizado vinte e dois anos apos a xv Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrída, na qual foi fundada a BEMFAM e iniciou-se o movimento pelo planejamento familiar no Brasil, representa um marco para a avaliaçao e redefi- nição das atividadas, não-somente das instituições nao-governamentais, mas também daquelas desenvolvidas pelo proprio Governo.
Além disso, a Pesquisa Nacional foi enriquecida com um estudo especial realiza- do na Região Nordeste, abordando o estado nutriciounl e antropométrien das crianças menores de cinco anos de idade encontradas nos domicílios visitados. Contou-se com a colaboração e a assistência do Departamento de Nutrição do Centro de Ciencias da Saúde, da Universidade Federal de Pemambuco responsavel por este estudo.
O movimento pelo planejamento familiar no Brasil, nessas duas décadas, evoluiu de maneira segura, embora se ressentisse de certa lentidão. Isto é compreensível, uma vez que tratava-se de introduzir uma inovação sócio-cultural, nem sempre bem com- preendida inicialmente, pelos diversos setores da Sociedade. No entanto, o trabalho de informação e divulgação realizado pela BEMFAM ao longo destes anos foi, aos poucos, conseguindo formar um ambiente sócio-polItien-cnitusal inteiramente favorável ao planejamento familiar. Em consunáncia com esse ambiente, também a postura governamental evolui favoravelmente. O exemplo maior da atual posição do Governo foi o lançamento, en fins de 1984, do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), qu contempla o planejamentu familiar no contexto das demais açoes visando a melhov da saúde da mulher, em todas as fases de sua vida. Além disso, em fevereiro de 198q através da Portaria N ° 3.660, o Ministério da Previdéncia e Assistência Social daterm nou a inclusio de atividades informativas, educativas e assistenciais de planejament familiar entre os serviços prestados à população pelo Instituto Nacional de Assistanci Madica da Previdéncia, Social (INAMPS). Logo após, medida semelhante foi tomad com relação à Legião Brasileira de Assistência (LBA). Finalmente, também o Ministerio da Educação se integrou a este esforço, determinando a incluso de ações info mativas, educativas e assistenciais em planejamentu familiar nos serviços de Saúde de unidades de ensino do 3 ° Grau, públicas ou privadas. Neste contexto, os dados levm tados e analisados na Pesquisa Nacional sobre Saúde Materno-Infantil e Planejament Familiar permitirão identificar as carências e correçtes necessarias,além de assegurar a Governo que suas iniciativas, na área do planejamento familiar, estão plenamente rel paldadas pela vontade da população.
Com estes objetivos, a Pesquisa' Nacional procurou ser representativa do total d mulheres em idade fértil (MIF) do País e, também, de suas diferentes regiões Geo-economicas, marcadas por profundas diversidades regionais. O Brasil posani, atualmentl uma população de 141 milhões de habitantes, distribuídos em cinco regioes geográficas. A Região Norte, que compreende 42% do território nacional, é a de menor popull ção (5% do total), e cuja maioria dos habitantes vive concentrada em dois centros urbi nos principais: Manaus e Belém. A Região Nordeste é a mais pobre do País, tendo um renda per capita menor que a metade da renda per capita média do Pais. Ela ocup 18% do território brasileiro e abriga 29% da população total, incluindo 44% da popt lação rural brasileira (IBGE, 1984). E uma região predominantemente agrícola, porén as secas periódicas reduziram as terras cultiváveis, fazendo aumentar os niveis de pobreza, sobretudo, no meio rural. A região mais desenvolvida do País, o Sudeste, é tan bém a de maior densidade populacional: 56 habitantes por quilometro quadrado. Est regio possui apenas 11% da área territorial do Brasil, mas comporta nada menos qu 44% da população nacional. A Região Sul compreende 7% do territorio e 15% da população total. E uma região bastante próspera, embora menos industrializada que o Sodeste. Finalmente, o Centro-Oeste, onde se localiza a capital do Pais, é a segund maior região em área territorial (22%) e a segunda de menor população: 7% do tota (1). Estas regiões se caracterizam por notáveis disparidades nas proporções entre os rei pectivos territórios, suas popuiações e seus estágios de desenvolvimento s6cio-economico.
Nos últimos trinta anos, o Brasil passou por significativas mudanças no seu con texto demográfico, iniciando-se na chamada "transição demográfica'. Os anos 50 caracterizaram-se por uma acentuada queda da mortalidade, causada principalmente pel declínio das taxas de mortalidade infantil, declínio este observado em todo o Paíl independentemente da Região ou do local de residência -rural ou urbano. Esta qued na mortalidade infantil foi decorrente, principalmente, da introdução de novas tecnc logias na área médica e, também, de medidas voltadas para a melhoria do atendiment em saúde pública. Não decorreu, portanto, de uma possível melhoria do n:ível stci¢ econúmico da população. De qualquer modo, houve um aumento na expectativa de vida da população, cujos ganhos mais acentuados foram observados nas regiões Sul e Sudeste. Somado ao declínio da mortalidade infantil, isto resultou em um aumento na taxa de crescimento popnlacional. Somente na segunda metade dos anos 60, a fecundidade começa a decli- nar, Este fen6meno foi observado, primeiramente, nas áreas urbanas das regiões Sul e Sudeste, generalizando.se depois em outras regiões e, também, nas áreas rurais. A par- rir daí, então, inicia-se um processo de desaceleração do crescimentu populacional, com uma relativa redução da proporção de jovens na estrutura estaria da população.
Na decada de 70, o declínio da fecundidade se torna mais r~ípido, inclusive, atin- gindo segmentus populacionais que apresentavam um padrão reprodutivo caracterizado por taxas elevadas de fecundidade. De acordo com os resultados do Censo Demográfico de 1980, a fecundidade no País declinou em 24%, durante os anos 70, passando a taxa de fecundidade total (TFT) de 5,8 filhos por mulher, em 1970, para 4,4, em 1980.
Sem dúvida, as causas desse declínio ainda não foram explicadas em profundida- de. Um aspecto, entretanto, chama a atenção: o declínio na fecundidade temse verificado na ans6ncia de qualquer programa oficial de planejamento familiar. Contudo, o que encontramos, hoje, no Brasil, é uma população feminina conhecedora dos métodos anticoncepcionais e de suas fontes de obtenção, utilizando-os principalmente aUavés da rede privada, farmácias, médicos e hospitais particulares. Somente na Região Nor- deste o setor público se mostra mais presente, em virtude dos conv6nios mantidos pe- los Governos estaduais com a BEMFAM, visando a implementação de programas de planejamento familiar.
A BEMFAM, desde a sua fundação, fundamentou o seu trabalho no desenvolvi- mento de um processo informativo e educativo em todos os níveis e, também, no apoio a Entidades prestadoras de assisténcia em sadde, para que o planejamento fami-liar fosse uma extensão e um componente dos serviços ja existentes. Ao colocar estes dados à disposição de todos os que se interessam por este importante aspecto de safide, a BEMFAM da continuidade aos seus programas de pesquisa e de informação e educa- ção, esperando contribuir, assim, para a permanente melhoria das açoes voltadas para a saúde materno-infantil.
Sample survey data
O Pesquisa nacional sobre saode materno- infantil e planejamento familiar PNSMIPF - Brasil, 1986 abrange os seguintes tópicos:
National
Para a PNSMIPF foram estabelecídos seis domínios geográficos, descritos a seguir: Rio de Janeiro Rio de Janeiro; São Paulo São Paulo ; Sul Paraná, Santa Catarina e Rio ; Grande do Sul, Centro-Leste Minas Gerais e Espírito Santo; Distrito Federai Distrito Federal; Nordeste Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Ceará, Alagoas, Sergipe, Bahia ; Vil Norte (somente área Amazonas e Pará urbana) ; Centro-Oeste (somente Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato área urbana) Grosso.
Foram excluídos do universo o Estado do Acre, os Territórios do Amapá, Rorai- ma e Rondúnia e as áreas rurais dos Estados do Amazonas, Pará, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás, devido ao dífícil acesso e por apresentarem uma baixa densidade populacional. Segundo o Censo Demográfico de 1980, estas áreas excluídas da amostra representam menos de 5% da população total do País.
A população abrangida pela pesquisa é definido como o universo de todas as mulheres vivem idade 15-44 em casa.
Name |
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Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil -BEMFAM |
Instituto para Desenvotvimento de Recursos-IRD |
Name |
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Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística |
Name |
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Governo do Brasil |
Name |
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Departamento de nutrição--UFPE |
Centro de controle de doenças --CDC --ATLANTA --USA |
DESENHO DA AMOSTRA
A Pesquisa Nacional sobre Saúde Materno-Infantil e Planejamento Familiar -PNSMIPF foi um levantamento feito a nível nacional por amostragem, na qual coletaram-se dados sobre fecundidade, nupcialidade, planejamento familiar, mortalidade em crianças e saúde materno-infantil, a partir de entrevistas domiciliares.
A população-alvo da pesquisa, é composta por rodas as mulheres de 15 a 44 anos de idade, independentemente do estado civil, e residentes nos domicílios visitados. As etapas para realização da PNSMIPF são semelhantes às dos demais levanta- mentos domiciliares, envolvendo uma série de procedimentos que são interligados.
Numa primeira fase foi elaborada e selecionada a amostra da PNSMIPF, tendo corno base a amostragem da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicflios -PNAD, do IBGE. A amostra da PNSMIPF 6 uma subamostra da PNAD 1984, atualizada em agosto de 1985, feita em dois estágios.
No primeiro estágio, levando-se em conta as probabilidades de cada setor ou fra- ção do total da amostra, foi feita a seleção dos setores censitários. Para a seleção dos setores, o Departamento de Pesquisas por Amostragem (DEPAM), do IBGE, forneceu uma listagem dos setores censitários da amostra da PNAD/84. No segundo estágio, sele- cionaram-se os domicflios dentro dos setores censitários sorteados.
A amostra da PNSMIPF foi desenhada para se obter estimatívas independentes para seis regiões geográficas do Pais e para as áreas rurais e urbanas da Região Nordeste. Estas regiões, desenhadas de maneíra a coincidir com as regiões da PNAD, são autopon- deradas. Com este desenho, os tras maiores e políticamente mais importantes Estados do Brasil teriam estimativas a nível de Estado (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Ge- rais). As regi~es IV e VI, e as regiões Vil e VIII da PNAD foram combinadas na PNSMIPF. Para estimativas a nível de País, as regiões foram ponderadas levando-se em conta a representatividade dentro do contexto nacional.
As áreas rurais das Regiaes Norte e Centro-Oeste e a população do Estado do Acre e dos Territ6rios de Rondaoia, Roraima e Amapá foram excluídas na amostra.
No total, a PNSM1PF representa 95% da população do Brasil. As regiões de aná- lise da PNSMIPF, com os correspondentes das regi~es da PNAD, podem ser vistas a seguir:
O desenho da amostra dentro de cada um destes domínios foí autoponderado, e qualquer estimativa a nível nacional requer que cada domínio seja ajustado com sua ponderação correspondente. Como a seleçffn da amostra da PNSMIPF foi feita utilizan- do-se uma subamostra dos setores censitários da PNAD, algumas características mais importantes do desenho utilizado ser~o mencionadas.
O principal objetivo da amostra da PNAD foi proporcionar estimativas de indi. cadores sócio-economicos para cada uma das regiOes definidas na pesquisa. Para cada regigo foi implementada separadamente uma amostra autoponderada, estratificada a em estágios múltiplos, a qual não inclui suas principais áreas metropolitanas. Para cada uma destas áreas metropolitanas foi utilizado um desenho com características de sele- ção similares, mas com frações diferentes de amostragem. Neste desenho da amostra, a unidade de área última utilizada foi o setor censitário. Para a amostra da PNSMIPF, em cada domínio (ou área geográfica) o total de domicflios selecionados foi distribuído entre suas regic3es metropolitanas e não-metro- politanas, proporcionalmente aos totais de domicflios estimados no marco da amostra da PNAD em 1985. Com este procedimento, foi estabelecido o total de setores censi- tários a serem selecionados.
Em cada domínio, a subamostra dos setores censitários teve que satisfazer a duas condições básicas. A primeka foi a eliminação da variação de amostragem entre as regiões da PNAD, com a finalidade de se obterem domínios autoponderados. A segun- da condição foi a de se ter uma fração da snbamostragem de domicílios dentro de cada setor censitário, a fim de se obter uma média aproximada de 25 domicílios.
Em cada região metropolitana ou estado da regiffo não-metropolitana de cada domínio consideraram-se:
f = fração de amostragem total do domínio.
p~ = probabilidade total de seleção do setor censitário na PNSMIPF.
P*2 = probabilidade de seleção de domicflios dentro do setor censitário selecionado.
A condição de autoponderação em cada domínio foi aplicada independentemen- te, dentro de cada uma das suas regiões metropolitanas e em cada estado das suas re- giões não-metropolitanas, da seguinte maneira:
f=P P2 =(m Mi/M)(1 /I) onde:
m = Número de setores censitáríos selecionados na região metropolitana ou
no estado da região não-metropolitana em consideração, para a PNSM1PF;
Mí = Medida de tamanho dada ao setor censitário i-ésimo, determinado na amostra da PNAD e selecionado para a PNSMIPF; M = Medida de tamanho dada à região metropolitana ou estado da região não- metropolitana em consideração na amostra da PNAD; 1"2 = Intervalo de subamostragem de domicflios dentro do setor censitário selecionado. As duas condições básicas, mencionadas anteriormente, foram obtidas de acordo com o seguulte processo metodológico:
f = P P2 =(m'Mi / M)(1 /1")
= (m Mi / M) (m / m) (1 /I)
= Pl (m/m)(1 /I'2) onde: m = Número de setores censitários selecionados para a PNAD; pl = Probabilidade total de seleção do setor censitário na PNAD, semelhante ap; Para passar da amostra da PNAD para a amostra da PNSMIPF, observa-se que pri- meiro manteve-se a probabilidade total de seleção do setor censitário na amostra da PNAD. Em segundo lugar, selecionaram-se m setores censitários para a amostra da PNSM1PF, tirados dos m setores censitários da amostra da PNAD. Assim, uma subamostra de 25 domicflios em m6dia por setor censitário ficou automaticamente estabelecida pela fração total de amostragem.
No quadro 1 pode-se observar o número de setores censitários selecionados por região metropolitana e por estado na regiião não-metropolitana em cada domínio, assim corno a fração total de amostragem para cada domínio.
Foi possível obter-se uma listagem completa dos domicflios de cada setor censi- tário selecionado, atualizada em agosto de 1985. Finalmente, em cada setor censitário urbano, obteve-se uma subamostragem de domicflios selecionados sistematicamente.
O intervalo de seleção foi calculado de acordo com as seguintes etapas:
a) O valor p~ foi calculado de acordo com a amostra da PNAD. Deve-se ter em conta que este valor é o produto das probabilidades de seleção feitas em diferentes etapas até o nível de setor censitário. b) O intervalo de seleção sistemática para a subamostragem de domicflios 1"2 foi calculado de acordo com a seguinte expressão:
1" =(plm / m f)
Para os setores censitários rurais a seleção dos domicflios foi feita de maneira contínua e a seleção do primeiro domicilio, de maneira aleat6ria. O tamanho da suba- mostra foi calculado de maneíra similar ~ do setor censítário urbano.
Nos domicflios selecionados foram entrevistadas todas as mulheres entre 15 e 44 anos de idade. A coleta de informações iniciou-se em maío de 1986 e finalizou-se em agosto de 1986. Num total de 351 setores censitários selecionados, 346 foram cobertos pela PNSMIPF. Estes cinco setores que faltaram pertencem ao domínio do Nordeste e não foram visitados devido a condiç6es de difícil acesso, causadas pelas chuvas e inundações.
A amostra da PNSMIPF inclui 8.519 domicflios, nos quais foram identificadas 6.733 mulheres elegíveís para a entrevista. Um total de 5.892 mulheres entre 15 e 44 anos de idade foram entrevistadas. A taxa de resposta das mulheres entrevístadas foi de 88%.
As ponderações para cada domínio foram calculadas levando-se em considera- ção o diferencial da fração de amostragem, a taxa de respostas dos domicílios e a taxa de respostas das mulheres em cada domínio. Assím, as ponderaçOes finais foram esta- belecídas da seguinte maneira
COMPARAÇÕES COM OUTRAS FONTES DE DADOS
As tabelas 1.2, 1.3 e 1.4 do relatorio final comparam o perfil das entrevistadas da PNSMIPF -1986, com o Censo Demográfico de 1980 e a PNAD/85. Esta breve análise dará uma idéia da qualidade dos dados no que diz respeito às características básicas das entre. vistadas.
A tabela 1.2 mostra a comparação entre a distribuição percentual da população feminina (15-44 anos) na PNSMIPF e na PNAD, por região e local de residência. Como pode ser observado, não foram encontradas discrepãncias notáveis. Uma exceç~Io é a Região Centro-Leste, onde a PNSMIPF apresentou uma percentagem mais baixa de mulheres na faixa etária de 20-24 anos que a PNAD (16,9% e 21,4%, respectivamente). Deve-se levar em conta que no grupo de 20-24 anos de idade pode existir uma maior percentagem de mulheres que trabalham fora de casa, sendo mais dificil de serem en- contradas. No Norte-Centro-Oeste, encontrou-se na PNSMIPF uma percentagem me-nor de mulheres de 25-29 anos, comparadas com o grupo etário seguinte de 30-34 anos. Uma posslvel explicação para este fato é que pode ser devido a uma informação incorreta da idade: mulheres de 29 anos reportaram a idade como sendo 30.
Em relação ao local de residência, em São Paulo e na Região Sul, a PNSMIPF apresentou uma percentagem menor de mulheres residentes nas áreas urbanas que a PNAD. Em São Paulo, este fato pode ter ocorrido em virtude de ter tido a maior por- centagem de mulheres que recusaram ser entrevistadas, em comparação com as outras regimes (4,7%), e 11,3% das entrevistadas encontravam-se ausentes dos domicílios após tr~s tentativas de entrevista. Já "a Região Sul, que apresentou uma 6rima percenta- gem de mulheres com entrevistas completas, uma possfvel explicação para esta discre- páncia poderia ser decorrência de uma proporção insuficiente de setores urbanos no desenho da amostragem para esta região.
A distribuição percentual da população feminina na PNSMIPF, segundo o estado civil, apresenta uma boa aproximação com o Censo de 1980, de acordo com a tabela 1.3. Na PNSMIPF foi encontrada uma proporção maior de mulheres nas categorias união consensual e separada/divorciada que no Censo. Isto, talvez, reflita uma melhor distribuição das mulheres, segundo o estado civil, O levantamento de dados do tipo "survey" é um instrumento mais eficaz para a coleta do estado civil do que o Censo: a mulher ¿ entrevistada diretamente. Outro ponto é que, devido ao assunto mais inti- mo de que se trata no questionário, permite uma maior aproximação entre a entrevis- tada e entrevistadora, posslhilitando coletar com boa precisão o estado civil. Deve-se ressaltar, também, que o questionãrio foi desenhado com o objetivo de se obter o má- ximo de detalhes a respeito do estado civil, já que esta variável ¿ de grande import~n- ela para este estudo.
Na tabela 1., está a comparação entre a PNSMIPF/1986 e a PNAD/1985 relativa à distribuição percentual de mulheres de 15-44 anos, segundo o grau de instrução, por grupo et~io. Na PNSMIPF foi encontrada uma proporção menor de mulheres sem n0- '11. nhuma instrução e com Primário incompleto que na PNAD, para os grupos etários mais jovens (15-19, 20-24 e 25-29 anos). Na PNSMIPF o fato de a própria mulher ser entre- vistada e responder sobre a sua instrução pode ter contribuído para se obter um nivel de instrução mais alto que o da PNAD. Não foi encontrado nenhum padrão nas taxas de respostas que sugerisse que as mulheres com nível de instrução mais baixo tenham sido pouco representadas na PNSMIPF. As taxas de respostas mais baixas foram encon- tradas nas regiões em que as mulheres apresentam um nível de instrução mais alto. Nas demais categorias de instrução, observa-se uma boa aproximação entre a PNSMIPF e a PNAD.
A distribuição percentual das mulheres na PNSMIPF, segundo caracterlsticas bá- sicas (idade, local de residéncia, estado civil e instrução), é bastante similiar à na PNAD e no Censo Demográfico. Este fato, juntamente com as estimativas dos erros de amos- tragem encontradas no Anexo B, sugerem que a amostra da PNSMIPF é representativa da população feminina brasileira de 15 a 44 anos de idade.
CARACTERI'STICAS DA AMOSTRA
Na tabela 1.5 está um resumo das principais características i]a amostra da PNSMIPF, em relação à distribuição por idade, local da residéncia, região e grau de ins- trução, que constituem um dos mais importantes critérios de classificação empregados nos planos de tabulação.
A variável instrução foi classificada em quatro categorias, que correspondem às mulheres sem nenhuma instrução formal ou que nunca freqüentaram escolas, às que t~m grau de instrução menor que o Prímário (de'l a 3 anos de estudos), Primário com- pleto (4 anos completos de estudos) e maior que Primárío completo (5 ou mais anos de estudos).
Observando-se a distribuição das mulheres por grupo etário, segundo o grau de instrução, pode-se notar diferenças que refletem uma melhoria na cobertura do sistema educacional nos últimos tempos. Assim, as mulheres sem nenhuma instrução, que re- presentavam 16% do grupo etário 40-44 anos, dimínuiram para 3%, que é atuaimente a porcentagem para mulheres de 15-19 anos de ídade. Na categoria maior que Prímário completo houve um aumento na proporção de mulheres, passando de aproximadamen- te um-terço para dois-terços a porcentagem com 5 ou mais anos de estudo.
Em relação ao local de residéncia, existem importantes diferenças no nivel de ins- trução entre as áreas urbanas e rurais. Nas áreas urbanos, encontram-se 62% de mulhe- res na categoria maior que Primário completo, comparados aos 21% nas áreas rurais. Regionalmente, também, observam-se diferenças em relação à instrução. Rio de Janei- ro e São Paulo apresentam as menores porcentagens de mulheres sem instrução formal e as maiores porcentagens de mulheres com 5 ou mais anos de estudos. Já na Região Nordeste, observa-se o inverso desta relação: uma maior porcentagem de mulheres sem nenhuma instrução e uma menor porcentagem na categoria maior que Primário com-pleto, em relação às demais regiões, g" importante manter-se presentes estas relações, ao se analisar os diferencíais nos capitulos que se seguem.
Nos 8.519 domicilies incluidos na amos- tra foram identificadas 6.733 mulheres entre 15 e 44 anos de idade para a entrevista. No Nordeste não foi possível chegar a 5 setores censítários que estavam inacessiveis na época do trabalho de campo da pesquisa, devido a problemas causados pelas chuvas e enchentes.
As entrevistas foram completas para 5.892 mulheres (87,5%), variando as taxas de respostas de 82,0% em São Paulo a 93,7% na Região Sul. (Veja anexo A sobre o desenho, onde está indicada a ponderação de cada região levando-se em consideração a diferença na fração de amostragem e a taxa de respostas de domicilies e de mulheres em cada região). Houve recusa total em semente 1,0% dos domicílios e 2,5%das mu- lheres elegiveis dos domicílios selecionados recusaram a entrevista.
O conteúdo do questionário da PNSMIPF baseou-se no modelo de questionário usado anteriormente nas pesquisas estaduais feitas pela BEMFAM e também no modelo utilizado nas Pesquisas Demográflcas e de Saúde (DHS).
Start | End |
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1986-05 | 1986-08 |
Name |
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Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil -BEMFAM |
Instituto para Desenvotvimento de Recursos-IRD |
Universidades |
A medida que se iam computando as entrevistas e revisando os questionários de um setor, estes eram enviados pela supervisora para a coordenação regional. A coordenadora, por sua vez, razia uma nova revisão dos questionários, conferia o número de domicilies dentro de cada setor e enviava para a coordenação gerai no Rio de Janeiro. No escritório central, os questionários eram recebidos por setor, fazendo-se um controle de qualidade.
Para coleta de dados utilizou-se o sistema de questionários, que foram preenchi- dos através de entrevistas individuais. O questionário constou de duas partes. A primei- ra, a ficha de domicilio, tinha como objetivo fazer o levantamento do número de pes- soas residentes no domicilio visitado, assim como as respecfivas idades e o sexo. Conti- nha também algumas informações gerais sobre o domicílio: sistema de abastecimento de água, tipo de esgotamento sanitário e nutras facilidades existentes. Um outro objeti- vo da ficha de domicílio era identificar as mulheres em idade fértil (MIF) de 15-44 anos de idade, elegíveis para responder ao questíonário indívidual.
Para cada MIF encontrada no domicílio foi feita uma entrevista individual. O questionário individual continha perguntas detalhadas sobre a história de nascimentos, abortos, conhecimento, uso prévio e atual de anticoncepcionais, aleitamento materno para os nascimentos ocorridos nos ffltimos cinco anos, aspectos de saúde materno-in- fantil, condições sócio-econémicas da mulher, do marido ou companheiro, e estudo an- tropométrico para a Região Nordeste. O conteúdo do questionário da PNSMIPF ba- seou-se no modelo de questionário usado anteriormente nas pesquisas estaduais feitas pela BEMFAM e também no modelo utilizado nas Pesquisas Demográflcas e de Saúde (DHS).
O questionário da PNSMIPF foi submetido a uma prova-piloto na cidade de Campos, Rio de Janeiro, em março de 1986. Este pré-teste, além de testar o funciona- mento (qualidade e fluxo) do questionário, serviu para testar o trabalho de campo, sua dinárnica, os critérios de seleção e avaliação de entrevistadoras. No pré-teste p0de-se também elaborar um cronograma básico e as regras para supervisão de campo.
O trabalho de campo da PNSMIPF foi realizado entre os meses de maio e agosto de 1986. Para este trabalho contou-se com 15 equipes, sendo trés equipes para o Rio de Janeiro e São Paulo, tros para a Região Sul, quatro para o Centro-Leste e Centro-Oeste e cinco para as regioes Nordeste e Norte. Cada equipe de campo contou com uma supervisora, tres entrevistadoras e um motorista. O critério básico de seleção para as entrevistadoras foi o grau universitário. Assim, selecionaram-se entrevistadoras com formação nas áreas de Enfermagem, Serviço Social, Psicologia, Cioncias Socíais etc. Pa- ra a Região Nordeste agregou-se a cada equipe uma nutricionista, para pesar e medir as crianças menores de 5 anos de idade dos domicilies entrevistados. No próprio campo, apos as entrevistas, os questionários preenchidos eram revisados pela supervisora. Desta forma, caso algum erro fosse detectado, a retificação era imediata. A medida que se iam computando as entrevistas e revisando os questionários de um setor, estes eram enviados pela supervisora para a coordenação regional. A coordenadora, por sua vez, razia uma nova revisão dos questionários, conferia o número de domicilies dentro de cada setor e enviava para a coordenação gerai no Rio de Janeiro. No escritório central, os questionários eram recebidos por setor, fazendo-se um controle de qualidade.
A seguir, os questionários eram envíados para o Centro de Processamento de Da- dos (CPD) da BEMFAM, onde eram digitados e editados no micro-computador. Para a digitação dos dados no computador foi utilizado o "Entrypoint", que ¿ um sistema in- terativo de entrada de dados. O uso deste sistema permitiu que os c6digos e a consis- t6ncia de algumas questões fossem checados simultaneamente com a entrada de dados. A edição final da consist6ncia dos dados foi feita utilizando-se o programa ISSA (Inte- grated System for Survey Analysis) que é um "software" criado pelo programa DHS para ser utilizado em pesquisas. As regras para edição foram baseadas no Manual de Processamento de Dados da DHS. O processo de digitação e edição dos dados foi reali- zado entre os meses de junho e dezembro de 1986.
O último passo na edição dos dados foi a imputaçâo de alguns dados incompletos para um número limitado de variáveis básicas. As variáveis que encontravam-se incom- pletas eram data de nascimento da criança, data de nascimento da entrevistada e data da primeira união da entrevistada.
O principal objetívo da PNSMIPF étornecer estimatívas para um número de variáveis demográficas, de planejamento familiar e de saúde, através de entrevistas do- micíliares, usando-se uma amostra cientificamente selecíonada de uma população defi- nida: a população de mulheres em idade reprodutíva (15-44 anos). As estimativas para estas variáveis, entretanto, estão sujeitas a dois tipos de erros: erros relacionados à amostra e erros não-relacionados à amostra. O erro total é o erro resultante destes dois tipos de erros mencionados acíma, e é a diferença entre a estimativa da variável e o valor real.
Os erros que não são provenientes da amostragem são aqueles que persistiríam mesmo se toda a população fosse coberta. Estes erros são devidos a erros nas atividades do trabalho de campo durante a pesquisa. Como exemplo, podemos citar a não-loca- lização e visita ao domicilio selecíonado, problema no preenchimento do questionário pela entrevistadora, erros de codificação e digítação etc. Infelizmente, não é possível medir a extensâo destes erros que não estão relacionados à amostragem e que, certa- mente, afetarão os resultados da pesquísa.
Os erros de amostragem são aqueles que resultam da seleção da amostra da po- pulação cru estudo através de um desenho de amostra específico. Estes erros fornecem uma estimatíva de como se obter resultados do comportamento de uma variável espe- cífica repetindo a pesquisa por amostragem com o mesmo desenho. Como o erro de amostragem é uma função do desenho da amostra, ao contrário dos erros não-relacío- nados à amostra, ele pode ser medido.
Os erros de amostragem foram computados para a PNSMIPF usando-se o "soft- ware" CLUSTERS, elaborado para ser usado na World Fertility Survey (WFS). Este programa leva em consideração a estmtura vigente da amostra e, em partícular, seu desenho, que é estratificado em estágios múltiplos e em conglomerados. Os resultados gerados pelo "software" CLUSTERS fornecem somente uma estímativa total dos erros de amostragem. O programa não identifica em qual dos estágios do desenho da amostra ocorreu o erro.
Name | Affiliation | URL | |
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MEASURE DHS | ICF International | www.measuredhs.com | archive@measuredhs.com |
Pesquisa nacional sobre saude materno-infantil e planejamento familiar PNSMIPF -Brasil, 1986 - Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil - BEMFAM, Instituto para Desenvolvimento de Recursos - IRD, Rio de Janeiro, dezembro 1987. Ref. BRA_1986_DHS_v01_M
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