Abstract |
A concentração da população em aglomerações urbanas, a intensificação da dinâmica produtiva e o maior acesso ao consumo acompanham, em grande medida, os avanços na área de saúde e melhorias das condições de vida. Porém, há efeitos perversos. Estudos sobre acidentes de trânsito reiteram os riscos diferenciados com a idade, o sexo e o tipo de veículo utilizado. Entretanto, tais diferenciais podem ser potencializados, ou abrandados, conforme contexto socioeconômico e ambiental que envolvem as vítimas e os acidentes. O presente trabalho investiga possíveis conexões entre vulnerabilidade social e a vitimização por acidentes de trânsito. São explorados indicadores sobre vulnerabilidade social para apreensão de fatores, além da pobreza e atributos individuais, que tornam grupos mais aptos para enfrentar os riscos do trânsito. São analisadas informações sobre 5.306 vítimas fatais e não fatais de acidentes nas vias públicas municipais de Campinas (SP-Brasil) em 2006. A análise indica que a vulnerabilidade social pode agravar o risco de acidentes para grupos populacionais específicos. Com única exceção verificada para a área caracterizada como de vulnerabilidade extrema, para a qual a população mantém índices baixos de acidentalidade, as taxas de vitimização de motociclistas e pedestres diminuem conforme melhoram os indicadores sobre vulnerabilidade social. |