Abstract |
O estudo avalia empiricamente o papel das condições ambientais no nascimento, ou seja, de que forma a taxa de mortalidade infantil (TMI), o PIB per capita e a desigualdade de renda no ano de nascimento são capazes de explicar a altura adulta média das gerações nascidas entre 1950 e 1980 em 20 estados brasileiros. Os resultados sugerem que há uma forte correlação positiva entre o PIB per capita e altura adulta, mesmo após controlar para alterações seculares temporais (que afetam tanto o PIB per capita quanto a altura de adultos), pela heterogeneidade entre estados, pela desigualdade de renda e pela mortalidade infantil no ano de nascimento. A queda da mortalidade infantil não parece ser um fator relevante para explicar o aumento na altura média brasileira. Além disso, a TMI pode ter tido um impacto positivo sobre a altura média das mulheres não-brancas através da seleção: mulheres não-brancas que sobreviveram num ano de nascimento com alta TMI parecem apresentar estatura mais elevada ao atingirem a idade adulta. Também se acredita que a desigualdade de renda no ano de nascimento é negativamente associada à altura adulta média das mulheres não-brancas. Embora os resultados recentes de um país desenvolvido como a Espanha sugiram que foi a doença, e não a disponibilidade de alimentos, o fator limitativo do crescimento humano, num país em desenvolvimento como o Brasil foi a disponibilidade de alimentos, e não a doença, que parece ter sido o fator limitante deste crescimento. |