Abstract |
O Brasil figura entre os países com maior nível de disparidade de renda do mundo. Fato esse que justifica a vasta literatura sobre os determinantes da renda na economia brasileira. Essa literatura aponta que, dentre os determinantes desta disparidade, além de fatores como o mercado de trabalho, através de algumas de suas características como discriminação e segmentação e os diferenciais de remuneração regional, a educação merece destaque. Diante do exposto o estudo terá como foco principal gerar equações de rendimento para o Brasil nos anos de 2002 a 2006, dedicando especial atenção à variável educação e seus impactos sobre a renda do trabalho. O modelo adotado será um híbrido dos mínimos quadrados ponderados proposto por Hoffmann e Scampini (1996) e o Minceriano, tentando captar mais adequadamente os efeitos da variável educação, como propõe Ney e Hoffmann (2004) através do efeito limiar. A base de dados são os microdados das Pnads de 2002 a 2006. Verificou-se a partir das equações de rendimento, que uma proporção significativa da dispersão salarial total dos indivíduos está relacionada àsdiferenças pessoais produtivas (educação e idade) e sua posição no mercado de trabalho, que apresentaram, como esperado, significância estatística e sinal de acordo com a literatura empírica. O nível educacional mostrou-se como principal fator explicativo na determinação da renda, ademais pode-se verificar o efeito limiar a partir de 10 anos de estudo, onde fica evidente o aumento da taxa de retorno da escolaridade neste nível. O trabalho demonstra que os quesitos relacionados à produtividade merecem profundo destaque nas políticas de redução de desigualdade tanto de renda quqnto a educacional. Não devem-se descartar porém as variáveis relacionadas à segmentação do mercado de trabalho e, também, as discriminatórios, uma vez que, apesar da baixa contribuição em termos de impactos sobre a renda, todas foram estatisticamente diferentes de zero. |