A cultura atual ainda é patriarcal e sexista, apresentando uma grande desigualdade de gênero, especialmente em relação à independência. A deficiência também carrega uma opressão social, onde as mulheres com deficiência são alvos de uma discriminação dupla. Esse artigo visa apresentar, por meio de uma exploração bibliográfica, as relações entre as diferenças de gênero em meninas e meninos com deficiência e cuidado, assim como suscitar contribuições da ética do cuidado para as(os) cuidadoras(es) em geral, incluindo as(os) musicoterapeutas. O artigo inicia com conceituações sobre gênero, deficiência e diferenças de gênero, seguindo para uma visão das diferenças de gênero em meninas e meninos com deficiência, a partir de uma perspectiva feminista. Para finalizar, são feitas algumas considerações sobre a ética do cuidado em relação às(os) cuidadoras(es), incluindo as(os) musicoterapeutas. As relações de gênero na deficiência influenciam o cuidado, refletindo na construção da independência das crianças. Uma ética do cuidado que envolve solidariedade e sensibilidade permite o respeito às diferenças, à diversidade, onde todas e todos podem exercer plenamente sua independência.