Abstract |
Nos últimos tempos consolidaram-se uma significativa literatura acadêmica e um discurso político que priorizam em suas reflexões a relação entre o local e o global. Comumente o fluxo migratório internacional apresenta-se como o exemplo mais referenciado nesta interação, para o qual o quadro de análise situa-se na esfera do global – imaginado como um ponto externo e distante da escala local. Para este artigo, desenvolve-se uma análise crítica desta vertente explicativa por meio de dois argumentos: 1) A concepção de que o fenômeno migratório contemporâneo é transescalar em função de sua característica elementar (atravessar e habitar fronteiras nacionais distintas) e a ideia de que a migração local é determinada por ações externas não são suficientes empiricamente para compor uma teoria relacional entre o local e o global. 2) A interação entre o local e o global demanda análise alicerçada na noção histórica das redes sociais, na qual diferentes temporalidades, lugares e situações configuram o espaço social da migração. |